quinta-feira, 8 de novembro de 2012

da dor que não se conta



As dores me sufocam porque não consigo contá-las a ninguém. Só consigo senti-las doendo e sofrer intensamente com cada uma. Tenho feridas abertas da adolescência que até hoje não se fecharam. Ser chamada de feia e gorda... coisas com as quais eu fingia não me importar, e quem sabe nem deveria me importar, mas que penetravam fundo no meu coração e surgem a toda hora. Como quando alguém comenta o quanto "fulano" está gordo, e eu sabendo o quanto engordei. Como quando o motorista comenta com alguém o quanto eu era magrinha quando comecei a trabalhar e o tanto que engordei... e eu fico calada, porque isso me mata de vergonha... Me mata...  

Eu me sinto mal quando falam de qualquer pessoa acima do peso, porque sinto como se machucasse a mim mesma. E me sinto mal por estar assim e não conseguir fazer nada a respeito. Sim, já tive força de vontade, mas às vezes nem isso resta. Porque não é só o peso que está envolvido, é algo que vem de dentro e estraga tudo por fora... 

E aí que falta vontade de viver, de seguir, de continuar. E juro que eu só não imploro pela morte, porque até o velório seria humilhante. Mas ela me cairia bem.

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