sexta-feira, 9 de março de 2012

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Hoje fui no cardiologista. Meu coração de carne e osso anda falhando, mas ele percebeu que o meu outro coração é que tá baqueado. Juro que eu pensava estar sendo forte. E acho que tentei tanto ficar "por cima" de tudo, que nem percebi que estava me perdendo.

Me tornei, nos últimos meses, uma pessoa amargurada. Como alguém me disse hoje, num claro conselho de quem já está se enchendo de mim: fiquei tão obcecada com a verdade, com o desejo dela aparecer, que fiz tudo, menos isso. Porque quem me magoou foi esperto: incomodou, mandou recados por um monte de gente, invadiu minha minha privacidade, e quando viu que ia se dar mal, silenciou. E deixou a mim lá, me debatendo sozinha. Mesmo mantendo silêncio com as pessoas, não mantive comigo mesma. Sofri, me permiti sofrer na verdade. 

Agora escrevo, com meu coração a cada minuto em um ritmo, arrasada como há muito tempo não estava, chorando e com um peso nas costas que eu não queria precisar levar. O peso do silêncio. Do não poder falar. Engasgada, como se alguém estivesse com as mãos em volta do meu pescoço. O engasgo de quem tenta segurar um choro idiota.

O peso de ver algumas das pessoas que mais gosto no mundo virtual gostam de mim, mas não o suficiente para me apoiarem. E que, se houvesse uma balança, não seria eu a favorecida. 

Muito da culpa é minha. Não por fazer maldade, porque isso sei que não fiz. Mas por ter me permitido perder a graça. Por ter deixado essa apatia, essa tristeza ir me fazendo sumir, sumir... Deixar as pessoas que gosto se distanciarem, e ficar olhando sem fazer nada, simplesmente porque não tinha mais forças pra ir atrás. 

Cansei de me defender. De ser acusada e ter de me explicar pra um monte de gente. Por coisas que não fiz ou falei, tão absurdas que nem sei como acreditaram.

Enfim, já estou novamente correndo atrás da verdade. 

Aquela que não importa mais pra ninguém. 

E o pior de tudo: cheia de pena de mim mesma. Me sentindo uma coitada. Isso é asqueroso.

Bom, se a pessoa pretendia me abalar moralmente, e emocionalmente, foi pelo caminho certo e eu caí como pata. Mas também, me conhecia há anos. Sabia onde atingir.

Parabéns.

Agora vou ali com meus tarjas preta, que há anos não usava. 

Cheia de uma autopiedade nojenta.

Um comentário:

Emmanuella Conte disse...

Chegaram a me dizer uma vez que eu era ~mais legal~ quando ainda era amiga de uma pessoa. Oi, desculpa se a gente não consegue ser falsa. A gente não tem que esconder o quanto tá mal. Dizem que a gente tem que sempre levar um sorriso no rosto, mas faz favor, né? Meu sorriso de má vontade parece uma ameaça de assassinato, então me deixem com a cara de bunda. O único ruim de extravasar o sentimento é que a gente dá pra pessoa exatamente o que ela quer: te ver mal.

E eu tô pecando bastante nisso desde o fim do ano passado, quando cortei relações com uma ~~~~amiga~~~~ que me tirou tudo o que podia tirar de mim, até dinheiro. Não consegui superar, não consegui deixar de desejar coisas horríveis a ela, não tem uma noite que eu vá dormir sem ensaiar coisas que nunca disse e nem vou dizer a ela, não tem um dia que eu não imagine o que ela tá fazendo pelas minhas costas, mesmo sabendo que eu significo menos que merda de cachorro pra ela e que ela não perde o tempo e saúde que eu perco pensando nela. Mas é que nem eu disse no Twitter esses dias: isso que é duro sobre conhecer pouca gente. A gente se apega demais aos poucos que aparecem e é sempre um choque quando elas saem da nossa vida.

Enfim, Dê, cuidado com o coraçãozinho. Eu não te conheço tanto quanto deveria e adoraria conhecer, mas sei que o teu coração não merece passar por nada disso. Te adoro por tudo o que eu sei que você é. Fica bem!