
Ela não entendia porque. Mas acordou com vontade. Vontade ela também não sabia de quê. Uma vontade doida que vinha não sei de onde, e não se pronunciava, não se mostrava. Apenas uma mera vontade.
O que importava é que era uma vontade boa. De viver ou de sair, tomar sol, chuva, ver flor, pular na areia da praia, tomar banho de mar, sentir cheiro de verde, subir montanha íngreme, pedalar bicicleta velha, correr de cavalo baio, provocar abelha zangada, cheirar flor matreira, afagar cão de rua... Fosse qual fosse a vontade, era boa.
Uma sensação indescritível de, de repente, ser capaz de abraçar o mundo e fazê-lo só seu. Com suas borboletas azuis de bolinhas vermelhas, seus carros movidos a ar, sua energia solar, seus campos verdes cheios de casas de cupim (ela sempre achou lindo esses montes de terra a que os cupins faziam de casa), seus pássaros verdes, seus treze arco-íris, seus dois sóis e suas cinco luas, todos ao mesmo tempo. E as nuvens atabalhoando-se ao sol, ora feitas como ovelhinhas peludas, ora lembrando ursos polares enormes.
E ela saiu pela rua. Afazeres, afazeres. No seu MP3, sua seleção musical favorita. E cada nota parecia soar mais linda que de todas as outras dúzias de vezes que havia escutado aquela mesma seleção. Todas as pessoas da rua pareciam novas, ainda que as visse sempre. Reparou que algumas haviam cortado o cabelo, outras pintado, e outras prendido da mesma forma. Mas cada uma parecia brilhar de uma forma especial. Mesmo nos olhos tristes de todos os dias, encontrou um brilho maroto que fazia parecer uma travessura bem escondida.
Caminava a passos de algodão, como que flutuasse por céu de asfalto e cimento. Viu plantas lindas onde nunca tinha percebido e viu que sim, haviam, pássaros na loucura da cidade! De repente a chuva chegou, forte e inesperada. Abriu o guarda-chuva e começou a olhar os pingos que caíam no chão, brilhando como pequenas gotas de cristal sendo derramadas do céu. O céu.
Arriscou uma espiadela pelo canto do guarda-chuva e viu um brilho rosado por entre as nuvens. Tentou vê-lo melhor, mas o guarda-chuva não permitia. Então, fechou o guarda-chuva. Dane-se. Olhou para a plenitude acinzentada, com os olhos ardidos da água que lhes caía, e percebeu diversas cores que apenas ela via. E sentiu o frio da chuva lhe eriçando os pêlos e fazendo sentir que seria difícil aquecer-se novamente. Mas o calor que emanava de dentro dela era maior que tudo. Dane-se.
Aquele era dia de viver.
O que importava é que era uma vontade boa. De viver ou de sair, tomar sol, chuva, ver flor, pular na areia da praia, tomar banho de mar, sentir cheiro de verde, subir montanha íngreme, pedalar bicicleta velha, correr de cavalo baio, provocar abelha zangada, cheirar flor matreira, afagar cão de rua... Fosse qual fosse a vontade, era boa.
Uma sensação indescritível de, de repente, ser capaz de abraçar o mundo e fazê-lo só seu. Com suas borboletas azuis de bolinhas vermelhas, seus carros movidos a ar, sua energia solar, seus campos verdes cheios de casas de cupim (ela sempre achou lindo esses montes de terra a que os cupins faziam de casa), seus pássaros verdes, seus treze arco-íris, seus dois sóis e suas cinco luas, todos ao mesmo tempo. E as nuvens atabalhoando-se ao sol, ora feitas como ovelhinhas peludas, ora lembrando ursos polares enormes.
E ela saiu pela rua. Afazeres, afazeres. No seu MP3, sua seleção musical favorita. E cada nota parecia soar mais linda que de todas as outras dúzias de vezes que havia escutado aquela mesma seleção. Todas as pessoas da rua pareciam novas, ainda que as visse sempre. Reparou que algumas haviam cortado o cabelo, outras pintado, e outras prendido da mesma forma. Mas cada uma parecia brilhar de uma forma especial. Mesmo nos olhos tristes de todos os dias, encontrou um brilho maroto que fazia parecer uma travessura bem escondida.
Caminava a passos de algodão, como que flutuasse por céu de asfalto e cimento. Viu plantas lindas onde nunca tinha percebido e viu que sim, haviam, pássaros na loucura da cidade! De repente a chuva chegou, forte e inesperada. Abriu o guarda-chuva e começou a olhar os pingos que caíam no chão, brilhando como pequenas gotas de cristal sendo derramadas do céu. O céu.
Arriscou uma espiadela pelo canto do guarda-chuva e viu um brilho rosado por entre as nuvens. Tentou vê-lo melhor, mas o guarda-chuva não permitia. Então, fechou o guarda-chuva. Dane-se. Olhou para a plenitude acinzentada, com os olhos ardidos da água que lhes caía, e percebeu diversas cores que apenas ela via. E sentiu o frio da chuva lhe eriçando os pêlos e fazendo sentir que seria difícil aquecer-se novamente. Mas o calor que emanava de dentro dela era maior que tudo. Dane-se.
Aquele era dia de viver.
Um comentário:
Puts...muito bom este texto tambem..acho que a menina tava a fim era de viver mesmo, ter um dia pra fazer o que tivesse na telha, sem se importar com afazeres do dia-a-dia..ela queria era sentir a sensação que emana dentro de nós quando fazemos o que temos vontade...ela queria ser feliz!!!
gostei mesmo..
abraços
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