
O que aconteceu era algo inexplicável. Num belo dia, em um chat, ela conheceu um rapaz espanhol. Se encontraram várias vezes até trocarem MSN's. E conversaram durante meses. Ele sabia ser sedutor, mas a coisa era mais complicada que isso. Países distantes, um mar pela frente. Ela apaixonara-se. E, de quebra, estava aprendendo muito do espanhol. E ele do português. Era interessante, um conversava na língua do outro.
Um dia ele pediu seu telefone. Ela deu e ele ligou. Era engraçado ouvir ele tentando falar português, com um sotaque mega carregado! Ela se aventurando no espanhol então, era terrível! Mas a voz dele era gostosa de se ouvir...
Passado algum tempo ela já estava envolvida demais. Disfarçava, fingia, mas estava. Mas isso era doido demais! Então ele marcou uma viagem ao Brasil. Para janeiro do próximo ano. Ela nem podia acreditar!
Após algum tempo, passou a conversar com ele e seu irmão pelo MSN, ambos eram muito divertidos, ela ria demais! O irmão dele era mais jovem, muito maroto e engraçado.
Então houve um problema. Ele ficou doente. Começara a se sentir mal, muito cansado. Dormia demais, passava as madrugadas em claro. Ligava para ela com a voz visivelmente cansada, e ela percebia que algo estava errado. Num dia passou mal e foi internado às pressas no hospital. Seu irmão a avisou. O resultado dos exames não foi nada bom: doença cardíaca, ele precisaria de um transplante. Era congênito, mas só aparecera agora. Porque agora? Ela não conseguia entender...
Ele voltou para casa, mas continuava doente. Falavam-se pelo MSN, e ela percebia que ele não estava bem. Ao telefone ele falava devagar, como se lhe faltasse o ar. Mais uma hospitalização e uma cirurgia de emergência. O caso era complicado. Seu irmão seguia lhe dando notícias. Logo ele retornou para casa. Mas agora, pela dificuldade com os fuso horários, ela dormia cada vez mais tarde para poder falar com ele. E estava ficando esgotada. Ele ligava, tinha certeza de que iria morrer, tinha medo disso. E ligava de madrugada, ligava apavorado e ela não sabia como consolar.
Sua vida agora era trabalho, pouco sono e uma ligação atrás da outra. Um dia, numa dessas ligações, ele chorava desesperado dizendo que não suportava mais, que queria dar um fim àquilo. Ela o acalmou e o convenceu a ter fé.
Dias, semanas se passaram nesse sofrimento. Era uma agonia só. Então, um belo dia, ela recebe um e-mail do irmão dele. Ele havia falecido. Durante o sono, dormindo, suave como uma brisa. O encontraram morto e já não havia mais o que fazer.
Criaram uma página na internet para que seus amigos postassem coisas sobre ele no 7º dia. Muitos recados. Muita coisa mesmo.
E agora, o telefone emudecera. Ela estava desolada. Não sabia o que sentir. Nunca havia visto, tocado ou beijado. Nem falara diretamente sobre seus sentimentos. E agora era tarde demais. Estava deprimida. Todos os dias esperava a ligação que nunca mais viria. Todos os dias, esperava que ele entrasse no MSN pasa conversarem. E todos os dias lhe mandava e-mails, como se ele ainda estivesse lá para os receber.
Mas, após um tempo, ela se deu conta de algo. Engraçado, a caixa de entrada de um morto jamais lotava? Após um ano enviando e-mails todos os dias, jamais recebeu aviso de caixa lotada. E a capacidade da conta de e-mail que ele tinha, ela sabia que era pequena.
Um belo dia, resolveu jogar um "verde", como se diz. Enviou um e-mail furioso, dizendo que havia falado com alguém de Madrid, que o conhecia e que ele estava vivinho! Encheu-o de palavras medonhas, acusando-o de uma farsa incrivelmente bem montada, e disse que havia descoberto que nem sequer irmão ele tinha, era ele mesmo se fazendo passar por. Acusou-o de enganá-la de a fazer sofrer, de inventar uma doença e uma suposta morte. Que não havia sido homem o suficiente para simplesmente lhe dizer que havia cansado daquele joguinho.
No outro dia, ao abrir sua caixa de entrada de e-mail, seu corpo estremeceu. Havia um e-mail dele. Ela não queria abrir. Não queria acreditar no que via em sua caixa de entrada.
Tremendo, clicou na mensagem e a abriu. Era ele. Definitivamente, ele caíra na sua "pegadinha". Foi uma leitura horrível, onde ela viu alguém que simplesmente não conhecia. Cruel, a xingava, a chamava de oferecida, de idiota, imbecil, vagabunda. E burra, muitas vezes. Disse que se cansou de enganar uma pobre imbecil e fingiu a própria morte por ter tido pena de contar a verdade. E que a viagem ao Brasil jamais passara pela sua cabeça. Que só gastara tanto dinheiro em ligações para ela porque seu pai era muito rico, e não reclamava. E que, na verdade, quem ela via nas fotos sequer era ele.
Ela estava em choque.
Um dia ele pediu seu telefone. Ela deu e ele ligou. Era engraçado ouvir ele tentando falar português, com um sotaque mega carregado! Ela se aventurando no espanhol então, era terrível! Mas a voz dele era gostosa de se ouvir...
Passado algum tempo ela já estava envolvida demais. Disfarçava, fingia, mas estava. Mas isso era doido demais! Então ele marcou uma viagem ao Brasil. Para janeiro do próximo ano. Ela nem podia acreditar!
Após algum tempo, passou a conversar com ele e seu irmão pelo MSN, ambos eram muito divertidos, ela ria demais! O irmão dele era mais jovem, muito maroto e engraçado.
Então houve um problema. Ele ficou doente. Começara a se sentir mal, muito cansado. Dormia demais, passava as madrugadas em claro. Ligava para ela com a voz visivelmente cansada, e ela percebia que algo estava errado. Num dia passou mal e foi internado às pressas no hospital. Seu irmão a avisou. O resultado dos exames não foi nada bom: doença cardíaca, ele precisaria de um transplante. Era congênito, mas só aparecera agora. Porque agora? Ela não conseguia entender...
Ele voltou para casa, mas continuava doente. Falavam-se pelo MSN, e ela percebia que ele não estava bem. Ao telefone ele falava devagar, como se lhe faltasse o ar. Mais uma hospitalização e uma cirurgia de emergência. O caso era complicado. Seu irmão seguia lhe dando notícias. Logo ele retornou para casa. Mas agora, pela dificuldade com os fuso horários, ela dormia cada vez mais tarde para poder falar com ele. E estava ficando esgotada. Ele ligava, tinha certeza de que iria morrer, tinha medo disso. E ligava de madrugada, ligava apavorado e ela não sabia como consolar.
Sua vida agora era trabalho, pouco sono e uma ligação atrás da outra. Um dia, numa dessas ligações, ele chorava desesperado dizendo que não suportava mais, que queria dar um fim àquilo. Ela o acalmou e o convenceu a ter fé.
Dias, semanas se passaram nesse sofrimento. Era uma agonia só. Então, um belo dia, ela recebe um e-mail do irmão dele. Ele havia falecido. Durante o sono, dormindo, suave como uma brisa. O encontraram morto e já não havia mais o que fazer.
Criaram uma página na internet para que seus amigos postassem coisas sobre ele no 7º dia. Muitos recados. Muita coisa mesmo.
E agora, o telefone emudecera. Ela estava desolada. Não sabia o que sentir. Nunca havia visto, tocado ou beijado. Nem falara diretamente sobre seus sentimentos. E agora era tarde demais. Estava deprimida. Todos os dias esperava a ligação que nunca mais viria. Todos os dias, esperava que ele entrasse no MSN pasa conversarem. E todos os dias lhe mandava e-mails, como se ele ainda estivesse lá para os receber.
Mas, após um tempo, ela se deu conta de algo. Engraçado, a caixa de entrada de um morto jamais lotava? Após um ano enviando e-mails todos os dias, jamais recebeu aviso de caixa lotada. E a capacidade da conta de e-mail que ele tinha, ela sabia que era pequena.
Um belo dia, resolveu jogar um "verde", como se diz. Enviou um e-mail furioso, dizendo que havia falado com alguém de Madrid, que o conhecia e que ele estava vivinho! Encheu-o de palavras medonhas, acusando-o de uma farsa incrivelmente bem montada, e disse que havia descoberto que nem sequer irmão ele tinha, era ele mesmo se fazendo passar por. Acusou-o de enganá-la de a fazer sofrer, de inventar uma doença e uma suposta morte. Que não havia sido homem o suficiente para simplesmente lhe dizer que havia cansado daquele joguinho.
No outro dia, ao abrir sua caixa de entrada de e-mail, seu corpo estremeceu. Havia um e-mail dele. Ela não queria abrir. Não queria acreditar no que via em sua caixa de entrada.
Tremendo, clicou na mensagem e a abriu. Era ele. Definitivamente, ele caíra na sua "pegadinha". Foi uma leitura horrível, onde ela viu alguém que simplesmente não conhecia. Cruel, a xingava, a chamava de oferecida, de idiota, imbecil, vagabunda. E burra, muitas vezes. Disse que se cansou de enganar uma pobre imbecil e fingiu a própria morte por ter tido pena de contar a verdade. E que a viagem ao Brasil jamais passara pela sua cabeça. Que só gastara tanto dinheiro em ligações para ela porque seu pai era muito rico, e não reclamava. E que, na verdade, quem ela via nas fotos sequer era ele.
Ela estava em choque.
2 comentários:
WTF, a troco de que tudo isso então? o.O Que doente HUAHUAh
Bjo De!
Eeee, boa ideia De!!
Apanhei mas consegui colocar lá o feed! :D
Bjão, brigada por visitar *.*
(L)
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