
Ela se envolvia demais. Ela SEMPRE se envolvia demais. E agora ali, com ele entre seus braços, chorando de dor de cabeça, não poderia ter sido diferente. Há algum tempo ele vinha tendo esses sintomas ocasionais. Uma ou duas vezes por mês: chegava na aula, tomava o café da manhã. Depois de um tempo ficava sonolento e logo reclamava de dor de cabeça. Então vinha o vômito e o choro.
Ela já sabia o que era. Mas precisava ouvir dos lábios dele. Precisava saber contra qual inimigo exatamente teria que lutar. E se conseguiria isso.
"Marcos, o que você usou ontem à noite?" Entre soluços ele só sabia dizer que não havia usado nada. "Me diz só qual é. Você usou, isso eu sei, isso eu estou vendo. Toda vez que você usa, o dia seguinte tem sido o mesmo. Você passa mal. E é sempre do mesmo jeito. Mas me diz qual, para eu poder te ajudar. Me deixa te ajudar."
A história dele não era diferente de tantas outras já contadas e recontadas no país inteiro. Gêmeo de outro menino, de uma prole de 03 irmãos. A mãe os abandonou assim que os gêmeos nasceram e não quis mais saber deles. Diz até que queria matá-los. Nada confirmado. Viviam com a avó, inválida, em uma casa velhíssima, podre de sujeira, pois o pai, entre uma ida e vinda a outras cidade, havia se envolvido com o tráfico de drogas. Desde cedo se meteram com pequenos delitos, roubos e intimidavam a maioria dos alunos da escola, dos menores até os maiores. Amigos apenas dos piores. Viviam por conta, sem horários para tomar banho, comer, sair ou voltar para casa. Viviam sujos, e mal alimentados. A escola de tempo integral os ajudava ao menos a comer. O irmão mais velho já havia sido recolhido a um abrigo de menores. Sua avó havia sido levada a um asilo e estavam apenas com o pai, que os usava no tráfico e para roubos.
Segurou o rosto dele entre as mãos. Limpou as lágrimas, que espalharam ainda mais a sujeira em seu rosto. Deu-lhe um beijo no rosto, sujo como estava. Agora, aquilo era o de menos.
"Meu amor, eu sei que muitas pessoas te decepcionaram. Sei que mentiram pra você e até te fizeram mal. Mas confia em mim, me deixa te ajudar. Eu amo você. E é por isso que quero você bem. Quero um futuro de sucesso para ti, não que tu tenha o fim de toda essa gente que tu conhece bem. Me diz o que tu usou. Me deixa te ajudar."
Ele limpou o nariz na manga da blusa. Olhou bem nos olhos dela.
"Crack profe."
Ela o abraçou e o embrulhou bem nos seus braços. Queria que ele sentisse o quanto ela o amava. Mas também queria desviar a atenção dele dos olhos dela, agora cheios de medo. Não, ela não sabia o que fazer.
Ela já sabia o que era. Mas precisava ouvir dos lábios dele. Precisava saber contra qual inimigo exatamente teria que lutar. E se conseguiria isso.
"Marcos, o que você usou ontem à noite?" Entre soluços ele só sabia dizer que não havia usado nada. "Me diz só qual é. Você usou, isso eu sei, isso eu estou vendo. Toda vez que você usa, o dia seguinte tem sido o mesmo. Você passa mal. E é sempre do mesmo jeito. Mas me diz qual, para eu poder te ajudar. Me deixa te ajudar."
A história dele não era diferente de tantas outras já contadas e recontadas no país inteiro. Gêmeo de outro menino, de uma prole de 03 irmãos. A mãe os abandonou assim que os gêmeos nasceram e não quis mais saber deles. Diz até que queria matá-los. Nada confirmado. Viviam com a avó, inválida, em uma casa velhíssima, podre de sujeira, pois o pai, entre uma ida e vinda a outras cidade, havia se envolvido com o tráfico de drogas. Desde cedo se meteram com pequenos delitos, roubos e intimidavam a maioria dos alunos da escola, dos menores até os maiores. Amigos apenas dos piores. Viviam por conta, sem horários para tomar banho, comer, sair ou voltar para casa. Viviam sujos, e mal alimentados. A escola de tempo integral os ajudava ao menos a comer. O irmão mais velho já havia sido recolhido a um abrigo de menores. Sua avó havia sido levada a um asilo e estavam apenas com o pai, que os usava no tráfico e para roubos.
Segurou o rosto dele entre as mãos. Limpou as lágrimas, que espalharam ainda mais a sujeira em seu rosto. Deu-lhe um beijo no rosto, sujo como estava. Agora, aquilo era o de menos.
"Meu amor, eu sei que muitas pessoas te decepcionaram. Sei que mentiram pra você e até te fizeram mal. Mas confia em mim, me deixa te ajudar. Eu amo você. E é por isso que quero você bem. Quero um futuro de sucesso para ti, não que tu tenha o fim de toda essa gente que tu conhece bem. Me diz o que tu usou. Me deixa te ajudar."
Ele limpou o nariz na manga da blusa. Olhou bem nos olhos dela.
"Crack profe."
Ela o abraçou e o embrulhou bem nos seus braços. Queria que ele sentisse o quanto ela o amava. Mas também queria desviar a atenção dele dos olhos dela, agora cheios de medo. Não, ela não sabia o que fazer.
Um comentário:
Jesus amado o.O
O que fazer nesse caso, De? Já pensou o pai descobrindo isso? Afe afe afe, que coisa difícil >.<
(L)
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