quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Acalmando

Hoje passou o desespero da madrugada. Acho que ontem caiu a ficha. Que não vou mais vê-la nessa vida. Mas sei que o lugar dela no céu é garantido.

Hoje só vieram lembranças boas. Lembro quando ela saía na janela e ficava cantando hinos, e olhava o céu, e cantava e cantava e cantava. Ou chamava a mãe pra tomar um mate.

Ô minha velhinha preciosa, que falta você está fazendo. Mas hoje sigo feliz pela esperança de te rever.

Te amo minha velhinha, te amo, te amo.

Dor

Ainda não consegui dizer a ninguém sobre o tamanho da dor que estou sentindo. Me sinto mal por saber que há quem passe por dores piores, ou suporte melhor dores semelhantes.
Mas meu Deus, como dói! Uma dor física mesmo, porque a garganta tenta suprimir o choro tantas vezes que dói, dói muito. E o peito arde.
Vejo a foto dela e penso: meu Deus, ela morreu! Não existe mais! Como posso acreditar nisso?
Em horas como esta, às 4h da madrugada, eu sinto um desespero tão grande pra te dar mais um abraço, mais um beijo! Dizer o quanto te amo, e o quanto descobri que tu é mais essencial pra mim do que imaginei! Realmente, a gente só dá valor quando perde.
Eu tenho a esperança da vida eterna, mas ainda sofro demais pelo tamanho da espera.
Vó, volta! Eu amo você, fica mais um pouco...
Por hoje, viver está sendo insuportável.
Mas preciso de forças Senhor!

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

da dor que não se conta



As dores me sufocam porque não consigo contá-las a ninguém. Só consigo senti-las doendo e sofrer intensamente com cada uma. Tenho feridas abertas da adolescência que até hoje não se fecharam. Ser chamada de feia e gorda... coisas com as quais eu fingia não me importar, e quem sabe nem deveria me importar, mas que penetravam fundo no meu coração e surgem a toda hora. Como quando alguém comenta o quanto "fulano" está gordo, e eu sabendo o quanto engordei. Como quando o motorista comenta com alguém o quanto eu era magrinha quando comecei a trabalhar e o tanto que engordei... e eu fico calada, porque isso me mata de vergonha... Me mata...  

Eu me sinto mal quando falam de qualquer pessoa acima do peso, porque sinto como se machucasse a mim mesma. E me sinto mal por estar assim e não conseguir fazer nada a respeito. Sim, já tive força de vontade, mas às vezes nem isso resta. Porque não é só o peso que está envolvido, é algo que vem de dentro e estraga tudo por fora... 

E aí que falta vontade de viver, de seguir, de continuar. E juro que eu só não imploro pela morte, porque até o velório seria humilhante. Mas ela me cairia bem.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012


Tenho tanta raiva guardada aqui dentro... tantas mágoas, tantos insucessos, tantas decepções, desatinos... Não tenho vontade de fazer absolutamente nada sobre coisa alguma. E o problema não são as pessoas. Sou eu. Meu maior inimigo. Me tornei em algo que não suporto olhar no espelho, e ao mesmo tempo não tenho forças para transformar isso. Porque é isso que me falta: força. Todos os dias sinto essa vontade de jogar tudo pra cima e me entregar a essa irresponsabilidade de não ser nada, não fazer nada. Ninguém jamais entenderá o que se passa aqui dentro de mim. Porque esse tipo de coisa é algo que só quem passa, quem sente, entende. E cada um sente diferente. Quero que o mundo sossegue e me deixe quieta no meu canto. Tenho nós na garganta o tempo todo, um choro preso a um grito de raiva que sempre está à beira da minha vida. Não quero ir a lugar algum, me sinto mal em qualquer ambiente e quero me afastar de tudo. Quero apenas não me sentir tão feia. Preciso e quero que isso mude. Mas minha aparência é um reflexo muito pequeno de tudo de ruim que sinto explodindo no peito o tempo todo. É um buraco sem fundo, que remédios não resolveram e cansei de ser refém deles. Vou vivendo. Quem sabe um dia isso mude. Ou piore. Ou eu desista mesmo.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Saudade de mim

Imagem DAQUI
Um daqueles dias em que bate saudade do que eu fui. Os últimos meses me machucaram demais, e me forçaram a endurecer, a distanciar, afastar. Quando percebi o quanto estive enganada com as pessoas, justo eu que acreditava conseguir lê-las, foi como se meu castelo desabasse. E não falo exageradamente. 

Sempre fui aberta ao mundo. Aceitei a vida e quem viesse com ela de braços abertos e coração cheio de expectativa. Mas agora não consigo mais ser assim. Me vejo escrevendo uma mensagem para alguém e desistindo antes de clicar no SEND. Não por não me importar, mas por não querer mais entrar no eterno ciclo de ouvir, dar ombro, ajudar e depois ser descartada como lixo. O descarte em si é menos doloroso que as atitudes que o acompanham. A mentira, a maldade.

O que estou sentindo não cabe nessas linhas. Escrevo, reescrevo e não encontro uma maneira de retratar fielmente esse buraco que hoje tomou metade do meu peito.

Sinto falta de não ser tão desconfiada, de ver boas ações simplesmente como elas são, e não ficar pensando se há algo de ruim vindo junto. Sinto falta de acreditar que alguém gosta de mim de verdade, e não é apenas uma amizade circunstancial, que vai ruir quando eu não tiver mais utilidade prática. 

Esse texto vai ficar incompleto assim, do jeito que me sinto agora.

Uma idiota incompleta. 

sábado, 30 de junho de 2012

...

Tudo o que ela queria naquele momento é que as cicatrizes desaparecessem. Porque cada nova decepção abria uma nova cicatriz, e fazia muitas das antigas sangrarem novamente. Não havia uma maneira simples de terminar com isso. Nem uma maneira fácil. Não adiantava desejar um infarto fulminante enquanto dormia, pois era saudável o suficiente para perder essa esperança. O que restava era desejar o fim de tudo, a morte, do jeito que ela desejasse se apresentar. De forma rápida e indolor, ou de forma agonizante e lenta. Mas que viesse. Pois ela não suportava mais sangrar.

segunda-feira, 19 de março de 2012

zero

Vontade zero, vontade de nada, nem de viver, nem de morrer. Nem de discutir, nem de sentir raiva, nem vontade de me decepcionar. Não tenho vontade de respirar, nem de olhar, nem de ouvir, nem de me mover. Só queria que tudo acabasse.

sexta-feira, 16 de março de 2012

...


Meus últimos dias foram um inferno. Acho que nunca passei tão mal na minha vida, e nunca fiquei tão rodeada de pessoas sem noção. Quis morrer. Disse a alguém isso. Quis mesmo, de verdade, chorei pedindo a Deus que me fizesse esse favor. Ainda não estou bem certa com relação a quanto vale a pena viver nesse mundo de merda, mas não sou do tipo suicida, acho que nem competência ou coragem pra isso teria.

A vida não é perfeita e não convivemos com pessoas perfeitas. Esperar isso é perda de tempo. Endureci bastante nos últimos meses, e hoje estou disposta a endurecer mais ainda.

Chega de quem quer meu ombro pra chorar, mas nunca está lá quando preciso. Acho que ninguém tem obrigação de ser muleta de ninguém, mas somos seres humanos e precisamos que alguém nos cuide, nos ame incondicionalmente. TODOS PRECISAMOS DISSO. Há quem finja não precisar, mas só finge. Todos querem um colo. Todos necessitam de carinho. Muitos estão dispostos a receber, mas poucos a dar. Porque sim, é difícil estar disponível 24h por dia. É difícil ver pessoas dando cabeçadas desnecessárias, ou evitar dizer que você sabe que algo que uma pessoa fala é mentira só pra não se estressar. Mas essa é a vida de quem dá o ombro. 

Meus ombros e meu colo sempre foram grandes. Mas não quero mais precisar disso. Nem acabar desabafando em público, só para atrair irritações e conclusões precipitadas. Muitas vezes é sim #mimimi e é sim pra chamar atenção. E todos fazem isso, mas a maioria se engana fingindo que não faz. 

Quero cortar laços e só manter no meu círculo de intimidades quem eu perceba que realmente quer. Os demais ficarão no círculo comum, aquele dos conhecidos, que estão ali para amenidades.

Como eu disse no meu FB hoje: desisti de muitos amores, muitas cores e peri velhos pudores. Hoje vivo para eu mesma, cansei de me desiludir com as pessoas. Prefiro um bom e solitário prato de macarrão e uma conversa de bar. Com o tempo aprendemos que cada um é responsável pela sua própria história. E que ficar ao redor de quem nos ignora é burrice. Aprendemos também que ninguém é obrigado a se preocupar, mas que nossos corações precisam ser cuidados por alguém. Todos precisam se sentir protegidos e amados. Não apenas por cônjuges, mas por amigos também. Por isso decidi que eu mesma vou curar minhas dores. E tentarei, todos os dias, mantê-la para mim. Como um gato que lambe as próprias feridas.

E não estou triste com isso, estou até feliz, porque hoje, só hoje, eu sei o que quero, e me sinto forte para fazer isso acontecer. E não posso dizer que é indireta, porque é uma direta praticamente para todos que fazem parte da minha vida. Não preciso mais dos seus cuidados. Eu vou cuidar de mim. 

Depois de tudo o que passei nos últimos dias, hoje posso dizer - estou mais forte.